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Seleção feminina de futebol cai nos pênaltis e está fora das Olimpíadas

Após 120 minutos de jogo duríssimo e equilibrado, brilha estrela de Labbe, que defende as duas últimas cobranças e adia sonho brasileiro do ouro na modalidade

30/07/2021 às 20h00 Por:
Seleção feminina de futebol cai nos pênaltis e está fora das Olimpíadas Foto: Reprodução/Internet

Da Redação

Do jeito mais sofrido possível, o Brasil foi eliminado do torneio feminino de futebol olímpico, ao perder para o Canadá, nos pênaltis, após 120 minutos de um arrastado 0 a 0 em Miyagi, na manhã desta sexta-feira (30).

 

Foi a sétima e última participação nas Olimpíadas de Formiga, uma recordista, e possivelmente a última chance também da rainha Marta conseguir o ouro olímpico. O Canadá, que tirou o bronze do Brasil em 2016, voltou a impedir o sonho brasileiro.

 

Foi uma partida de poucos erros defensivos e muitas falhas no meio-campo das duas seleções. Marta não fez uma boa partida, e, com o passar do tempo, a escolha de Pia Sundhage por um ataque veloz se transformou em necessidade de contra-atacar para levar mais perigo.

 

Com substituições previsíveis, Pia levou Marta, mesmo exausta, até o fim, para bater um dos pênaltis. Sinclair, a craque e veterana do time canadense, também fez uma partida apagada e desperdiçou a sua cobrança.

 

O erro de Sinclair, no entanto, ó serviu para aumentar o sofrimento do roteiro da eliminação brasileira, que viu a vaga escapar nos dois pênaltis finais.

 

Primeiro tempo travado

Do ponto de vista tático, uma situação chamou a atenção: Lawrence, camisa 10 e lateral ofensiva pela direita no time canadense, bateu de frente com Tamires, com a mesma função no Brasil (na lateral direita joga Bruna Benites, com tendência mais defensiva). O cuidado de uma com a outra inibiu a aparição da camisa 6 brasileira no ataque.

 

Como Formiga e Andressinha também não apareceram muito no setor criativo, e Marta não fez exatamente um torneio brilhante, o time brasileiro, ao longo do primeiro tempo, viveu de tentativas de jogadas de velocidade e de forçar o erro da saída de bola canadense.

 

Com Bia pouco acionada, o Brasil só deu um chute no gol, sem perigo, até o intervalo. Debinha teve a chance mais clara, mas seu chute foi travado.

 

Quanto ao time canadense, o maior perigo para a meta de Bárbara foi oferecido entre os 15 e os 30 minutos do primeiro tempo, mas tampouco exigiu da goleira brasileira. O primeiro tempo teve cara e jeito de 0 a 0.

 

Mais 45 minutos em branco

A volta do intervalo foi ruim para o Brasil. Marta sentiu o pé e a seleção pareceu tensa, dando a bola para a rival. Aos poucos, com mais movimentação de Duda e Andressinha, que levou perigo em chute de fora aos 10 minutos, entrou de novo na partida.

 

Aos 14, Ludmila entrou na vaga de Bia, para mudar a característica do setor. Logo em seguida, Gilles cabeceou bola no travessão de Bárbara, maior susto do jogo até então. Com Ludmila, o Brasil dobrou sua aposta nas jogadas em velocidade.

 

Só que a partida não dava oportunidade para a velocidade pretendida pelo ataque brasileiro. Sem espaço para a bola longa e sem contragolpes conquistados ou cedidos, o time de Pia Sundhage mostrou intenção, mas pouca execução.

 

Como de costume em jogos eliminatórios, os minutos finais foram de precaução dos dois lados. O Brasil se posicionou para defender e contra-atacar até o apito final, e não conseguiu oferecer perigo maior.

 

Prorrogação com contra-ataque

A transmissão oficial captou o áudio da reunião do time brasileiro antes da prorrogação. A zagueira Rafaelle traduziu o que a técnica Pia falou, e anunciou às colegas que o entendimento da comandante era de que a estratégia brasileira seria apostar no contra-ataque.

 

Tarefa para Duda, Debinha e Ludmila. Depois, de Andressa Alves, que entrou na vaga da Duda. Não tanto para Marta, esgotada em campo. O discurso, de fato, foi visto em campo. O Brasil não montou exatamente uma retranca, mas abriu mão de trabalhar a bola.

 

Ao invés disso, buscou com insistência a bola longa para explorar a velocidade de Ludmila, com Debinha em sua companhia. A opção se mostrou ineficaz.

 

Labbe, impecável em todas as saídas do gol, só viu uma bola de Debinha, aos 7 do tempo final, passar perto, e fez a defesa do jogo aos 13, no cabeceio de Erika.

 

Disputa por pênaltis, fábrica de heroínas

De um lado, Bárbara, goleira constantemente desacreditada, protagonista de uma discussão de baixo nível nas redes sociais antes do jogo, em sua quarta Olimpíada. Do outro lado a canadense Labbe, histórica goleira que, na primeira rodada, defendeu um pênalti lesionada, e só saiu de campo, chorando, depois de salvar o seu time.

 

Sinclair, estrela maior do futebol canadense, iniciou a série sendo defendida por Bárbara. Marta, na sequência, bateu e fez o dela, colocando o Brasil na frente. Até a quarta cobrança, a vantagem foi mantida, mas Andressa Alves desperdiçou sua bola.

 

A quinta cobrança brasileira foi de Rafaelle. Sob pressão, pois o Canadá passou à frente, a zagueira também perdeu sua chance.

 

Labbe, com duas defesas na hora crucial da disputa, escreveu mais um capítulo em sua espetacular carreira. E o Brasil se despediu prematuramente dos Jogos.