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Da Redação
Manaus/AM - A Câmara dos Deputados derrubou, nesta terça-feira (10), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna obrigatório o voto impresso em uma derrota ao governo federal, que defende a medida. Foram 229 votos favoráveis, 218 contrários e uma abstenção. Eram necessários 308 votos favoráveis para que a PEC fosse aprovada. A proposta será arquivada.
A bancada amazonense se dividiu nos votos pela PEC. Os que foram contra são: Bosco Saraiva (Solidariedade), José Ricardo (PT), Sidney Leite (PSD) e o vice-presidente da Casa, Marcelo Ramos (PL). O voto contra de José Ricardo não foi uma surpresa. Ele é um dos políticos amazonenses que critica duramente a gestão do presidente Jair Bolsonaro e já tinha demonstrado ser contrário ao voto impresso. Já o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, configurou a PEC como um ataque à democracia.
“O debate do voto impresso virou instrumento de ataque às instituições e à democracia. E a hora de defender a democracia é agora, porque sem ela perderemos, inclusive, o direito de divergir e de disputar opinião”, disse Ramos.
Enquanto os deputados que votaram a favor da proposta, não surpreendem. Todos são apoiadores do governo Bolsonaro. São eles: Capitão Alberto Neto (Republicanos), Silas Câmara (Republicanos), Delegado Pablo Oliva (PSL) e Átila Lins (PP).
PEC já havia sido rejeitada
A adoção do voto impresso, bandeira do presidente Jair Bolsonaro, já havia sido reprovada na comissão especial da Câmara na quinta-feira (5), por 23 a 11 votos, mas foi encaminhada ao plenário pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Ao chegar ao Congresso, Lira disse que Bolsonaro se comprometeu a aceitar o resultado da votação na Câmara dos Deputados.
Apesar de ter sido incluída na pauta de votação, havia a possibilidade de que a matéria fosse adiada pelo presidente da Câmara em virtude do desfile com veículos militares blindados realizado na manhã de terça, na Esplanada dos Ministérios. O desfile militar foi recebido por deputados e senadores como uma tentativa de intimidar os congressistas.
O texto original da PEC, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), previa a impressão de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor independentemente do meio empregado para o registro dos votos em eleições, plebiscitos e referendos. As urnas eletrônicas teriam um dispositivo para imprimir o voto em papel.
Fonte: Portal Em Tempo