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Tia suspeita de matar e enterrar bebê de 2 anos em Autazes é presa em Manaus

O crime aconteceu em março de 2022

31/05/2023 às 16h05 Por:
Tia suspeita de matar e enterrar bebê de 2 anos em Autazes é presa em Manaus Foto: Divulgação

Da Redação

Manaus (AM) - Ana Beatriz Barbosa Guimarães, 20, a mulher suspeita de matar a própria sobrinha, Lorena Ferreira Rodrigues, de 2 anos, no bairro Compensa, em março de 2022, confessou o crime à polícia e contou com riqueza de detalhes como tudo aconteceu.

 

“Ela confessou todo o crime e fez um relato muito triste de tudo o que aconteceu. Essa criança estava com o casal há alguns meses. A mãe teria viajado com o novo companheiro e deixou a criança aos cuidados deles e prometeu dar um dinheiro para que eles cuidassem dessa criança que tinha apenas 2 anos de idade”, revela a delegada Joyce Coelho.

 

Segundo a delegada, Ana afirmou que nesse tempo, ela e o namorado, John Lenon Menezes Maia, 31, agrediam a bebê com frequência e que as surras eram sempre bastante violentas. A mulher disse ainda que no dia do crime, John chegou a bater várias vezes com um esfregão na cabeça da vítima.

 

“Durante alguns meses essa criança passou a sofrer maus-tratos que foram se intensificando. Ela relata episódios de tortura em que ele [John] dava rasteiras na criança, ela caia no chão, batia na cabeça da criança com esfregão e isso é compatível com o traumatismo craniano encontrado na criança”, descreve.

 

Jhon, que trabalhava como serviços gerais em um hospital, usou o esfregão do trabalho para agredir a pequena Lorena.

 

No dia do crime, Lorena foi espancada tanto pela tia quanto pelo namorado dela. A menina chegou a desmaiar algumas vezes, mas em nenhum momento foi levada ao hospital.

 

“Ela fala que no dia 22 de março, os dois haviam espancado essa criança e ela passou a desmaiar e acordar, obviamente já em decorrência dessas pancadas que ela vinha recebendo na cabeça. Segundo a tia, ela fez a criança dormir, e ao acordar, por volta das 10h do dia 23, ela percebeu que a criança já estava sem respiração”, diz a delegada.

 

Ao perceber que a menina havia morrido, Ana se desesperou e entrou em contato com Jhon, que saiu do trabalho e foi imediatamente encontrá-la em casa.

 

“Ele estava no trabalho. Ela ligou para ele e ele foi lá para que os eles, em conjunto, decidissem o que fazer com o corpo da criança. Segundo ela, ele próprio amarrou o corpo em um lençol. A criança era muito pequena e ainda estava molinha e eles colocaram dentro de uma mochila. Quando eles passaram pela ponte do Rio Negro a ideia dele era atirar essa mochila dentro do rio, mas ela se negou", contou a delegada.

 

A partir daí, Ana decidiu ir para a casa do pai, em Autazes. Ao chegar lá, Ana passou três dias com o corpo escondido dentro da mochila sem que ninguém percebesse.

 

Assim que o cadáver começou a cheirar mal, ela decidiu enterrar a sobrinha em uma cova rasa no fundo do quintal, mas após alguns dias o cachorro do pai encontrou a criança e desenterrou deixando parte do braço da criança à mostra.

 

O avô de Lorena foi quem acabou encontrando o corpo da neta e o crime foi descoberto. Ana chegou a ser presa por ocultação de cadáver no ano passado e ficou presa por cerca de dois meses, mas depois foi liberada. Durante todo esse período, ela sustentou a versão de que a sobrinha foi levada com vida para Autazes, mas que estava doente e havia morrido no município. 
A tia contou ainda que se desesperou com a situação e por isso decidiu enterrar a vítima no quintal da casa do pai, avô da criança.

 

A mesma versão foi apresentada pelo namorado quando ele se apresentou espontaneamente para prestar esclarecimentos. Logo depois, Jhon teve a prisão decretada, mas fugiu e segue foragido até hoje.

 

As investigações em torno do caso continuaram e, segundo a delegada, provas já foram encontradas de que a menina já saiu de casa, no bairro Compensa, morta dentro de uma mochila rumo a Autazes.

 

A tia vai responder pelo crime de tortura, pela morte da criança e pela ocultação do corpo e deve permanecer presa.