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Da Redação
Parintins (AM) - O Coletivo de Mulheres Artistas de Parintins (Tamo Juntas) e o Instituto Cultural Ajuri (INCA) promoveram, entre os dias 23 e 25 de junho, a oficina de Grafismo Indígena na Universidade Estadual do Amazonas (UEA/CESP). O curso foi ministrada pela professora e artista visual Daya Roraima, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), e teve como objetivo proporcionar aos participantes uma imersão no grafismo indígena, desde a coleta do jenipapo diretamente da árvore, a extração do sumo da fruta, o processo de transformação do sumo em tinta e, por último, a prática da pintura corporal.
Durante os três dias de oficina, os participantes tiveram a oportunidade de vivenciar e aprender técnicas de pintura corporal inspiradas nas tradições étnicas. Sob a orientação e os conhecimentos compartilhados pela professora, os alunos puderam explorar a riqueza das formas, símbolos e significados presentes nas pinturas indígenas.
A oficina foi idealizada com o objetivo de ultrapassar as técnicas de pinturas do grafismo. O curso permitiu que cada participante buscasse sua ancestralidade individual e estabelecesse uma conexão com o universo espiritual. Segundo Daya, o foco não era apenas a estética, pois a estética é facilmente alcançada.
“Eu gosto de me desafiar e ir além, explorando a espiritualidade que foi tirada de mim, do povo. Essa busca é o que a motiva. O uso do Jenipapo na pintura tem sido uma maneira de conexão com a natureza, além de proporcionar essa conexão com o universo espiritual de forma mais próxima”, destacou.
Daya expressou sua felicidade ao constatar que muitos participantes tiveram essas experiências e conseguiram estabelecer essa conexão com a espiritualidade, na qual conseguiram extrair o máximo da experiência e agradece pelo convite de está em Parintins neste período. “Então, eu agradeço imensamente ao coletivo Tamo Juntas e também ao Instituto Cultural Ajuri (INCA), ao Marcos, e a vocês que estão aqui hoje e espero que de fato tenham gostado e absorvido mesmo essa nossa arte ascestral”.
O curso contou com o apoio técnico do Projeto Cidadania Digital (ICSEZ/UFAM), representado pelo Bolsista de Apoio Técnico, Sebastião Nascimento, que coletou relatos de experiências dos participantes, bem como informações sobre os processos de produção da tinta e do grafismo indígena. Em breve, esse material será divulgado nos perfis do Coletivo Tamo Juntas e do Instituto Cultural Ajuri no Instagram.