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Lula e Trump se encontram na Malásia — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump se reuniram pela primeira vez na tarde deste domingo (26), na Malásia — madrugada no horário de Brasília. O encontro, que durou cerca de 45 minutos, marcou o início de um novo diálogo entre Brasil e Estados Unidos após semanas de tensão comercial.

 

A reunião bilateral ocorreu no contexto da recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA e das sanções aplicadas a autoridades brasileiras em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

Após o encontro, Lula afirmou ter tido uma “ótima reunião” com o presidente norte-americano. Segundo ele, as equipes dos dois países iniciarão imediatamente as tratativas para buscar soluções que possam suspender as tarifas e rever as sanções impostas.

 

“Tivemos uma conversa franca e construtiva sobre a agenda comercial e econômica bilateral. Nossos governos vão começar a negociar imediatamente para resolver essas questões”, declarou Lula em comunicado.

 

Durante um evento com empresários na Malásia, o presidente brasileiro acrescentou que o diálogo foi “melhor do que o esperado” e agradeceu a Trump pela disposição em conversar. “Conseguimos fazer uma reunião que muitos achavam impossível”, disse.

 

Na primeira parte do encontro, os dois líderes falaram rapidamente com a imprensa. Trump afirmou ser uma honra estar com Lula e destacou que há possibilidade de “bons acordos” entre os dois países. “Nós sabemos o que cada um quer e vamos discutir isso de forma direta”, declarou o norte-americano.

 

Questionado sobre Jair Bolsonaro, Trump disse “se sentir mal” pela situação do ex-presidente brasileiro, mas não confirmou se o tema foi tratado na reunião. Segundo fontes da delegação brasileira, Lula explicou que o julgamento seguiu o devido processo legal e classificou as sanções a autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF) como injustas.

 

Lula reforçou que não há motivos para desentendimentos entre os dois países. “Não existe razão para qualquer desavença entre Brasil e Estados Unidos”, afirmou o petista, destacando que a pauta comum é extensa e deve ser tratada com pragmatismo e respeito mútuo.

 

Após o encontro, o chanceler Mauro Vieira avaliou a reunião como “muito positiva” e disse que Trump determinou o início imediato de negociações bilaterais sobre as tarifas. “Esperamos em pouco tempo concluir um acordo que trate de cada um dos setores afetados pela atual tributação americana”, afirmou.

 

Vieira também revelou que Lula e Trump combinaram visitas oficiais. “O presidente Trump manifestou o desejo de visitar o Brasil, e o presidente Lula aceitou o convite para ir aos Estados Unidos em um futuro próximo”, completou o chanceler.