11/03/2024
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Policiais algemam suspeito durante megaoperação — Foto: Mauro Pimentel/AFP
Traficantes do Amazonas estão entre os presos na megaoperação policial deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (29) pela Polícia Civil fluminense, que classificou a ação como a maior e mais letal já registrada no estado.
De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, 33 dos 133 presos são de outros estados, entre eles Amazonas, Ceará e Pernambuco. Segundo o secretário, o avanço das investigações aponta que líderes do Comando Vermelho têm se deslocado para o Rio, de onde emitem ordens e controlam operações criminosas em diferentes regiões do país.
“Temos criminosos do Amazonas, Ceará e Pernambuco. A inteligência mostra que chefes com poder de decisão em seus estados estão vindo para o Rio e, daqui, determinam ordens de morte”, declarou Curi. As autoridades não divulgaram a identidade dos presos nem o detalhamento por estado.
O balanço oficial da operação, divulgada pelo Palácio Guanabara, contabiliza 119 mortos, 133 prisões, 10 apreensões de menores, 118 armas — sendo 91 fuzis — e 14 artefatos explosivos apreendidos. A ação, iniciada na terça-feira (28), tinha como principal objetivo desarticular o núcleo de liderança do Comando Vermelho, apontado como responsável por expandir a atuação da facção em outros estados.
Durante a madrugada desta quarta-feira, moradores do Complexo da Penha relataram ter encontrado dezenas de corpos em áreas de mata e os levaram até a Praça São Lucas. O governo do Rio confirmou que haverá perícia para apurar se as mortes adicionais têm ligação com os confrontos ocorridos durante a operação.
As imagens de moradores transportando corpos pelas ruas geraram forte repercussão nacional e internacional, reacendendo o debate sobre a letalidade policial no Rio de Janeiro. Apesar das críticas de entidades de direitos humanos, o governador Cláudio Castro (PL) classificou a ação como “um sucesso”, afirmando que “as vítimas foram apenas criminosos”.
11/03/2024
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